quarta-feira, 16 de junho de 2010

82: ano marcante para brasileiros e palestinos

Por Arturo Hartmann

Vimos o jogo do Brasil ao lado de Ali Zarif, morador de Akko. Ele sempre fez questão de nos mostrar a parte Velha, histórica, da cidade. E apontava incansavelmente bandeiras brasileiras que de fato dominam o horizonte deste lugar onde podem se ver igrejas, mesquitas e algumas sinagogas.

Durante o jogo, Ali vibrava, ficava nervoso, só ficou aliviado quando Maicon marcou o primeiro. E repetia: "Maicon is the best! That´s the brazillian game!". Não concordamos totalmente. Notamos, ali, como aquele árabe-israelense é apaixonado pelo futebol do Brasil.

Em sua casa recebia quase toda família. Um de seus cunhados é torcedor da Itália. Foi lá apenas para provocar. Teve desculpa até o segundo gol. Perguntamos por que torcia para os italianos. Respondeu: "Em 82, quando ganharam, dedicaram o título à Palestina". Ali não ligou muito para a afirmação. Prefere não entrar em assuntos da nacionalidade palestina dentro de Israel. Mas 82 foi um ano marcante para brasileiros e palestinos. Para nós, a tragédia do Sarriá. Para eles, o massacre de Sabra e Chatila.

5 comentários:

  1. João Carlos Assumpção17 de junho de 2010 às 01:00

    Grande Arturo. Em 82 vi o jogo do Brasil na Dinamarca, fiquei arrasado com os 3 a 2 da Itália, era moleque, mas saía com meu irmão e meus amigos com a camisa da seleção do Telê, mesmo depois do jogo, e todos nos paravam no trem e nas ruas para lamentar a derrota do futebol-arte. Abs. pra vocês, Lalo

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  2. Arturo, vocês viram que o goleiro da Nigéria joga em Israel? Como está a comunidade africana aí depois da derrota da África ontem? Você vê muitos negros em Israel? Como eles vivem? Abraços do Rafael

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  3. Olá, Rafael.

    Bom, em primeiro, não pudemos snetir muito a decepção da comunidade africana com a derrota da África do Sul. Até porque há africanos de diversas origens por aqui. Há os etíopes, judeus que fazem o que eles chamam de "retorno", mas também há comunidades de refugiados vindos de Sudão, Libéria, Eritreia e Congo, todos na espera de receber o status de refugiado. Vivem, em sua maioria, em condições de pobreza em um bairro ao sul de Tel Aviv. No primeiro jogo, contra o México, estávamos nessa região e de fato vimos alguns vibrarem com o gol do time da casa no empate com o México. Mas eles podem torcer por outros times africanos dependendo de como a Copa andar. Com certeza abordaremos o assunto mais para frente.

    Quanto a números, não tenho figuras exatas, mas uma coordenadora de ONG me disse que apenas nesse sul de Tel Aviv, vivem cerca de 300 mil pessoas. Mas aí devemos incluir trabalhadores vindos de Tailândia e Filipinas, muitos em situação ilegal.

    Bom, por ora é isso

    Grande abraço

    Arturo Hartmann

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  4. Meu caro Arturo Hartmann, obrigado pela resposta. Por pessoas como você que sigo alguns blogs. Abs. do Rafael

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  5. Também gostei das respostas de vocês dois. Amigos não têm de ter a mesma opinião. O que seria das loiras se todos gostassem das morenas e vice-versa? Eu prefiro as loiras.

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