sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Conta

por Lucas Justiniano

Quando nos perguntam de onde viemos, respondemos com uma palavra que parece mágica : “Brasil”. É mágica pois abre um sorriso no rosto de um povo que não costuma sorrir muito, em alguns, até um certo espanto, meio que não acreditando. Parece que você carrega uma áurea de não sei ao certo o quê.


E isso se deve única e exclusivamente à uma coisa: o Futebol. Somos os embaixadores de um futebol bonito, divertido, bem jogado; o famoso futebol arte. E esse talvez seja o único motivo pelo qual as pessoas de todos os cantos do planeta saibam que no mundo existe um pais chamado Brasil. E que foi nesse país que nasceram Pelé, Garrincha, Sócrates, Zico, Ronaldo(inho).


Temos um compromisso histórico com isso. Quando da escalação final da seleção de Dunga, estava eu completamente decepcionado. Até ali, ainda me restava uma esperança de Ronaldinho e Ganso na convocação; talvez um sopro desse futebol mágico de que estou falando. Minha indignação é porque com a maneira de jogo proposta por Dunga, estamos desrespeitando nossa história, nossa identidade, nossa cultura! E, mesmo se ganharmos a Copa, vou continuar achando isso. O que para Dunga vai ser o momento “vocês vão ter que me engolir”, de soltar bravatas a torto e à direito para toda a imprensa brasileira - dizendo ser “Ele” o dono da verdade -, para mim será um momento melancólico, um momento em que o futebol mais uma vez perdeu a graça. Não me identifico com esse estilo de jogo, porque não fomos - futebolísticamente falando - educados dessa maneira. Essa escola “parreirística” de jogo não me pertence simplesmente porque pertencemos a um país que sabe o que fazer com uma bola nos pés.

Após um dia bem cansativo, jantávamos em Ramallah. Na Tv, um programa com os diversos “top 10” das histórias das copas. O garçom - um palestino - não falava muito bem inglês, mas mesmo assim conversamos durante uma hora, falando apenas nomes de jogadores e comentando os momentos que passavam na Tv. Certo momento, levou ele os dedos aos olhos, simulando lágrimas: era a semi-final de 98, Brasil contra Holanda. Pouco depois , demonstrando ainda mais lágrimas, assistiu conosco à um compacto da final...

Uma foto com o Fenômeno ele tirou quando - como embaixador da ONU - Ronaldo visitou a região em 2005, e disse ser essa foto sua maior herança. Pedimos a conta e ele, meio sem graça, meio emocionado, me entregou. Após ler, confesso que também me emocionei...



6 comentários:

  1. João Carlos Assumpção18 de junho de 2010 às 05:28

    Mas não se esqueça, Lucas, que o time do Dunga já deu espetáculo. Arrasou nas eliminatórias Argentina e Uruguai, em amistosos Itália e Portugal, deu show na final da Copa das Confederações, virando contra os EUA... A Copa ainda está começando. E em 94, a tão criticada seleção brasileira teve fez um jogo emocionante contra a própria Holanda, jogo emocioante que se repetiu em 98. Abs. pra você, Lalo

    ResponderExcluir
  2. Caralho Lucas, é de arrepiar a história. To emocionado. Incrível. O cara é foda, ama o Brasil. Só por causa do futebol. Maravilhoso.

    ResponderExcluir
  3. Bonita a história mesmo. E estou com você sobre a seleção brasileira. Nada de show, um futebol enfadonho, diferente da Argentina. Acreditava na Alemanha mas hoje fiquei desapontado. E na Inglaterra também, que 0 a 0 horroroso tivemos que ver.

    ResponderExcluir
  4. Linda a história mesmo. Muito bom o blog e seu comentário, Lucas.

    ResponderExcluir
  5. Quem está jogando bola nessa Copa? A Argentina. A Alemanha fez 4 a 0, foi exaltada e depois criticada. O Brasil começou vencendo. Tenhamos calma pra analisar. Depois do jogo contra Costa do Marfim dará para falar alguma coisa.

    ResponderExcluir
  6. Nossa, fiquei emocionada também!!! O futebol é capaz de coisas que nem imaginamos, por isso tenho certeza que o doc vai ficar incrível! Além de torcer para o Brasil estou torcendo pra Alemanha. Dessa vez meu sangue Schroeder está falando mais alto que o Buitoni!
    bjos a todos!
    Gal

    ResponderExcluir