Não sei uma palavra de árabe. Pelo menos não o suficiente para travar um diálogo. Mas enquanto andávamos pelo campo de refugiados de Askar, o futebol proporcionou assunto, ele foi a linguagem universal.
As crianças aglomeravam-se ao nosso redor, curiosas com as câmeras. Os velhos nos davam apenas o respeitoso "Sallam alleykum". As crianças queriam conversar, era mais provocação do que qualquer coisa. A apresentação comum não era pelo nome, queriam saber para que time torcia. O padrão era apontar para quem se queria conhecer e perguntar: "Brasil ou Argentina?". O diálogo virava então uma profusão de "Kakás", "Messis" e "Cristiano Ronaldos" acompanhados de mãos que imitavam uma balança. Quem valia mais?
Um garoto dentro da Associação de Askar jogava dominó, mas queria brincar comigo. Falou algo em árabe e estendeu a mão. Não hesitei: "Brasil ou Argentina?". "Argentina". Retirei a mão e recusei o comprimento. Todos na sala riram.
Nossa rivalidade cruzou o mundo. E me deu assunto para mais de hora com as crianças palestinas do campo de refugiados de Askar.
As crianças aglomeravam-se ao nosso redor, curiosas com as câmeras. Os velhos nos davam apenas o respeitoso "Sallam alleykum". As crianças queriam conversar, era mais provocação do que qualquer coisa. A apresentação comum não era pelo nome, queriam saber para que time torcia. O padrão era apontar para quem se queria conhecer e perguntar: "Brasil ou Argentina?". O diálogo virava então uma profusão de "Kakás", "Messis" e "Cristiano Ronaldos" acompanhados de mãos que imitavam uma balança. Quem valia mais?
Um garoto dentro da Associação de Askar jogava dominó, mas queria brincar comigo. Falou algo em árabe e estendeu a mão. Não hesitei: "Brasil ou Argentina?". "Argentina". Retirei a mão e recusei o comprimento. Todos na sala riram.
Nossa rivalidade cruzou o mundo. E me deu assunto para mais de hora com as crianças palestinas do campo de refugiados de Askar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário