quinta-feira, 24 de junho de 2010

Concorrência desleal

Por João Carlos Assumpção

Quando estava indo ao aeroporto Ben Gurion para voltar ao Brasil, fiquei muito aborrecido com uma situação que fez com que eu parasse para pensar. Até consultei e depois desabafei com o Arturo. Reservei um motorista de táxi num hotel que costumava frequentar, na antevéspera e na véspera liguei várias vezes para ele, deixei mensagem, nada.
Pedi outro para o hotel. Chamaram um novo, que inclusive, para minha surpresa, cobraria menos do que o primeiro, mesmo sendo shabat (dia de descanso judaico onde praticamente nada funciona em Jerusalém).

Enquanto o motorista que não respondia minhas ligações havia passado o preço de 320 shekels (a moeda israelense), cerca de 160 reais, o segundo pediu 265 shekels.
Quando já havia acertado com o novo motorista, não é que o primeiro me liga? E me diz: "Com o condutor que te indicaram, você não chega ao aeroporto. Ele é árabe e não vai passar pelos postos de controle. Você tem que viajar com um motorista judeu." Era mentira.

Fui averiguar e se o motorista, seja ele árabe, judeu, o que for, estiver com um táxi credenciado, pode passar pelos postos de controle, sim. Fiquei irritado, disse que se ficasse no posto de controle o problema era meu, embora soubesse que não havia risco disso, e que faria o trajeto com o motorista árabe, indicado pelo hotel.

Não é que no dia seguinte o motorista árabe não estava se sentindo bem e indicou um amigo para me levar ao Ben Gurion? Fui com ele, que era judeu e me cobrou os 265 shekels combinados, e que confirmou que o primeiro motorista era, o que chamaríamos no Brasil, um canalha. Pois tentou assustar um estrangeiro, que não vive em Israel e estava apenas começando a conhecer a realidade do país, para passar um colega para trás. E usando a questão política-religiosa da região. De maneira mentirosa.

Mas picaretas há em todos lugares. Em Israel, no Brasil, na Europa, na África... Como há gente bacana, caso deste motorista árabe, que passou a corrida para um amigo (judeu) e deste motorista judeu que me levou ao aeroporto e se mostrou gente finíssima.

4 comentários:

  1. João, por que a SUA Dinamarca? Não apostava na Holanda e o grupo na Alemanha e Argentina? Terminou com 100% de aproveitamento, mas quero ver a partir de agora. A Holanda não está convencendo. A argentina está e o grupo vai se sair melhor que você. Já tô pensando numa final Brasil e Argentina. Quem ganha?

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  2. O problema não é político nem religioso. É de caráter. NO Brasil temos taxistas honestos e taxistas que enganam os estrangeiros, com corridas longas, uma coisa que não aceito e me irrita muito. Abs. Douglas

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  3. Taxista é um problema no mundo inteiro. Moro no Paraná, João, e quando vou ao Rio toda hora me sinto sendo enganado pelo taxista. Não é um problema localizado, como você colocou muito bem. É triste que usem até a religião para ganhar uma corrida, mas no Brasil não é muito diferente. É o engana-turista. Que acaba sendo o afasta-turista. Parabéns a todos pelo trabalho de vocês.

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  4. João Carlos Assumpção25 de junho de 2010 às 05:18

    Colorado-2010, aposto na Holanda, sim. Mas gosto muito da Dinamarca, aliás estive lá no começo do ano, pois tenho um grande amigo, amigo de infância, que é dinamarquês. Mas já esperava a vitória (ou a classificação) do Japão contra os escandinavos pelo que ele vinha jogando na Copa. Fiquei impressionado como o futebol japonês evoluiu de 1998 para cá... Abs. João Carlos

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